Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) atearam fogo em pneus ontem pela manhã, no cruzamento entre as ruas Alberto Gomes e Luiz Camilo de Camargo, zona central guia de Hortolândia. O ato foi uma manifestação contra a postura do prefeito Ângelo Perugini (PT), que manteve a exigência dos cadastros de famílias da cidade que necessitam de moradias. O fogo causou pânico e prejuízo às pessoas que trabalhavam e passavam pela rua.

Segundo comerciantes que trabalham próximo ao local, por volta das 11 horas da manhã dezenas de manifestantes do Movimento fecharam a Rua Luiz Camilo de Camargo, uma das mais movimentadas da cidade, e descarregaram pneus de um caminhão que os acompanhava. Utilizando galões de gasolina, eles atearam fogo aos pneus, o que causou transtornos aos comerciantes. A gerente de uma loja de perfumes teve o vidro do carro quebrado para que pudessem soltar o freio de mão e empurrar para longe do fogo. Um dentista teve o pneu do carro derretido pelo calor da queimada. A vendedora Regiane Batista da Silva viu tudo de perto. “Foi uma gritaria. Nós achávamos que eles iriam saquear as lojas. O comércio teve que baixar as portas para evitar algo pior”, conta ela.

Reação
A coordenadora do Movimento, Ana Paula Ribeiro, justificou o ato como uma reação ao desfecho das manifestações por moradias, que começaram na terça-feira, 20. Na segunda-feira, houve uma reunião entre uma comissão do MTST e o prefeito Ângelo Perugini e, segundo a coordenadora, foi improdutiva. “Ele fechou todas as portas pra gente, falou que não tem como construir casas. As famílias ficaram revoltadas”, explicou. A assessoria da Prefeitura afirmou que a administração não vai mudar a postura que manteve durante todo o período de manifestações e vai continuar exigindo o cadastro das famílias. Ainda segundo a assessoria, atender ao pedido do MTST seria abrir uma exceção, o que é ilegal, já que o programa de moradia se baseia em leis tanto municipais quanto federais e tem como uma das exigências o cadastramento.

A lista com nome e origem das pessoas é necessária para a Prefeitura realizar o levantamento socioeconômico das famílias e comprovar quem mora na cidade, outro critério exigido para participar do Programa Habitacional. De acordo com a Administração, as famílias que comprovarem vínculo com a cidade nos últimos dois anos serão incluídas no Programa Habitacional da Prefeitura e vão ser atendidas com moradias, gradativamente, conforme os critérios legais do programa. Documentos como declaração de matrícula de filhos ou carteira de vacinações realizadas na cidade são aceitos como forma de comprovante.

Fonte: Jornal O Liberal