Metalúrgicos da multinacional espanhola CAF (Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles) e da Amsted Maxion, fabricantes de trens e vagões de carga, decidiram entrar em greve na manhã de ontem, por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Campinas e Região, os 750 trabalhadores da CAF se dirigiram em passeata até o Complexo Maxion após assembleia ocorrida durante a manhã para se unirem aos cerca de três mil trabalhadores da Amsted, que ocupa a antiga planta da Cobrasma, em Encontra Hortolândia. Todos os turnos pararam as atividades e ainda não há previsão de negociação.

Os metalúrgicos reivindicam reajuste salarial de 17,45%, que corresponde ao aumento real de 8,91% e mais a reposição da inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 7,84%, além do piso salarial da categoria ser equiparado ao estipulado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A pauta de reivindicações contempla ainda a diminuição da jornada de trabalho para 36 horas sem redução salarial, plano de cargos e salários, melhores condições de segurança e de saúde, entre outros itens.

Já o sindicato patronal apresentou proposta de reajuste de 9,5%, que foi reprovada pelos trabalhadores nas assembleias, assim como as somas correspondentes aos valores de piso salarial levando em conta o número de trabalhadores. Segundo o presidente do sindicato, Jair dos Santos, a paralisação pretende forçar a negociação com o sindicato patronal, para chegar a uma proposta que agrade a categoria, mas até agora não foram procurados para apresentação de uma contraproposta.

A CAF é responsável pela fabricação de trens modernos e uma das fornecedoras do governo de São Paulo para o Metrô e Companhia de Trens Metropolitanos. Já a Amsted Maxion é referência na fabricação e fornecimento de vagões de cargas para diversas companhias no Brasil e no exterior.

Procuradas, a CAF não se manifestou até o fechamento e a Amsted informou, por meio da assessoria de imprensa, que a empresa não vai se pronunciar porque o responsável está fora do País.

Fonte: Jornal O Liberal